Nostalgia - Animes no Brasil
segunda-feira, 13 de abril de 2009 às
02:22 @ Gabriel
Ok, esse é um post um pouco diferente do que eu costumo fazer aqui, mas eu tava processando esse post na minha cabeça há um tempo e não podia deixar passar.
Esse assunto já é um pouco batido, mas vamos lá, vamos falar sobre animes no Brasil. Todos estão notando que a quantidade deles tem diminuído consideravelmente dentro da TV fechada (porque na aberta nunca teve muito mesmo), e que os tempos já não são mais os mesmos de anos atrás. Quando digo "anos atrás" não me refiro à época da Manchete, ou das manhãs de Sábado Animado do SBT não, mas sim de 5, 6, 7 anos passados, e repetindo, na TV fechada.
Não eram todos que tinham uma TV por assinatura naquela época, menos ainda eram os que tinham uma internet de velocidade razoável pra baixar gigas de animes, o que tamb ém era meio impossível de se achar, já que os fansubbers também não eram tão difundidos como atualmente.
No meu caso, e acredito que da maioria também, a internet ia e voltava aqui em casa, sempre a discada, a lerda. Informações sobre anime e mangá vindo dela era o que eu menos tinha, o que fazia com que eu todo dia eu desse uma passadinha na banca, pra ver se tinha a "Herói 2000" do mês, ou a "Ultra Jovem", que não era grande coisa mas sempre estava trazendo informações do hit da TV aberta no momento, Dragonball Z.
Nessa época, por volta de 2002, os mangás estavam engatinhando ainda nas mãos da Conrad e da JBC, os lançamentos eram escassos, o que deixava todos os pequenos otakus com mais sede de mangá ainda. Os animes estreavam em quantidade razoável em canais variados da TV a cabo, principalmente (tá, eram só eles) na Fox Kids e Cartoon Network. Repetia-se algo como a tão falada "época da Manchete" para a geração pré-adolescente desses anos.
Quem nessa época não esperava com o dedo no vídeo cassete para gravar o episódio diário de Patlabor pra ir formando uma coleçãozinha em VHS? Quem não cantava a abertura de Shaman King junto com a legenda na tela? Quem não gravava só a abertura do anime em português para ficar repetindo depois de poder decorar a música?
 Hoje o que mais se fala é "prefiro anime legendado" ou "estragam as animesongs". Sim, estragam, e sim as dublagens não são perfeitas sempre. Mas eram essas músicas com letras adaptadas que muitas vezes não faziam nem sentido, que nos faziam cantar na frente da TV, são esses personagens dublados que nos fazem reconhecer um dublador em um filme hoje em dia, e assim lembrar desse tempo.
Aí chegou 2006 e então o Animax apareceu. Foi aquela sensação de conquista, todos os otakus do Brasil estavam eufóricos pela estréia desse canal que prometia mudar o modo como os animes são tratados por aqui.
Resultado: hoje, em 2009, temos mais um canal de variedades do que de animes, temos um canal que tomou o lugar de outras emissoras fechadas na exibição dos animes, e que em certo ponto, decepcionou muita gente. Tanto que está entre os canais com mais baixa audiência da TV fechada.
O internet evoluiu e em consequencia disso os fansubbers tomaram de vez um território que já vinham conquistando com o tempo. Hoje é difícil não encontrar pela internet um anime que se deseja ver ou scans de um mangá que deseja ler. É aquilo que todos sonhavam naquela época, títulos e mais títulos espalhados pela internet só esperando para serem baixados e entupirem HDs. O anime e o mangá conquistaram uma espaço admirável na internet.
 Mas querem saber? Eu prefiro como antigamente. Naquela época tudo que eu queria era ter tempos como esse, com animes e mangás sem limites, e eu nunca imaginaria MESMO estar dizendo isso. É claro, atualmente, graças aos fansubbers a gente conhece uma infinidade de obras de ótima qualidade, e esse é o lado bom.
Mas e aquela ansiedade pelo novo anime que está pra estrear na TV? E aquela ansiedade que fazia a gente ir na banca todo dia pra ver se tinha uma edição nova ou um título novo nos esperando? Eu (e tenho certeza que muita gente também), não sinto mais isso. Agora, com tudo mais acessível, provavelmente esses tempos não mais voltarão. E nem as próximas gerações viverão aquilo que nós vivemos naquela época.
Só o que nos resta é a saudade (é, estou nostálgico hoje).
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